sábado, 28 de setembro de 2013

Seu, a seu dono? (Associação Cidadania Activa)

Ilustres amigos e companheiros, A palavra, dizia alguém, é o instrumento mais importante na gestão da vida. Não poderia estar mais de acordo! Senão vejamos, há escassas horas publicávamos nós, nas redes sociais um comunicado, baseado na vontade inequívoca de exprimir uma verdade, realizar um direito, que foi sorrateiramente, ou diria propositadamente cerceado, a nove(9) dos dez (10) membros co-fundadores da Associação Cidadania Activa. Membros que no início pareciam imprescindíveis, no momento da sua criação, mas que quando o desejo de assumir um tal protagonismo incontido, foram relegados numa posição tal, que nem vez e voz alguém gostaria que tivessem. Diria mais, o pedido de desculpas que nunca pareceu ser, acabou por parir um ataque sectário contra aqueles a quem se devia, como mandam os princípios da boa educação e não só, dirigir um pedido de desculpas humilde, franco, aberto, por se ter violado os princípios da democracia interna previstos, no artigo 10 da lei das associações, nomeadamente: 1- o princípio da igualdade entre os sócios( não há aqui um patrono da associação); 2- o principio da elegibilidade e livre revogabilidade dos órgãos eleitos pela Assembleia geral( algo que não ocorreu ainda; por isso não temos presidente, o que não confere poderes bastantes para fazer uma convocação de manifestação); 3- o princípio da direcção colegial( é só compulsar quantos membros foram ouvidos na deliberação quanto à realização da famigerada manifestação); 4-prestação de contas pelos órgãos eleitos à Assembleia Geral( ao invés do pedido de desculpas, apenas ficamos pelo ataque, não obstante, a sua condição de não eleito como órgão representante da Associação). Na verdade a palavra que proferimos diz muito de nós, caros amigos, remeto- vos a lerem com alguma atenção, aquilo que foi entretanto dito, ou melhor escrito pela contraparte, para entenderem o seguinte: a) considera-se dono e senhor soberano da Associação; b) o primeiro ponto leva-me a pensar que os novos membros que se diz, terão sido mobilizados, nunca terão protagonismo, longe das ideias do grande mestre, do detentor do poder absoluto da associação; c) a democracia interna, não constitui um dever quando se tratar de assumir posições extremas ou quando houver aqueles acessos de patriotismo exacerbado por parte do suposto "líder ". E aqui julgo eu, podemos questionar: -Será esta a nata de novos democratas que o país precisa? -Será que a democracia deve ser vivida no exterior, quando todos os nossos esforços internos são orientados para tentar manietar àqueles que por si só, percebem os sinais dos tempos? -Será que o direito à manifestação nos deve levar a reunir efectivos militares e paramilitares, que por lei são impedidos a manifestarem-se? Os salários e direitos laborais são e devem ser motivo de luta das associações ou sindicatos corporativos; não de uma associação cívica que tem muito por onde lavrar... Senhores, Quando de alma aberta me associei aos outros 9 co-fundadores para dar vida , vez e voz aqueles que se batem por uma cidadania activa, aderi ao projecto, não a uma pessoa em concreto. Foi porque considerei que é no quadro dos direitos e deveres e enfatizo muito bem isso, que muito poderia ser feito para que Angola prosperasse. Mas era para consciencializar as pessoas sobre estas duas faces da mesma moeda, e que a decisão em última instância seria a de cada um. Não para marcar datas para que eles viessem diante de mim ou sob meu comando, vincar os seus pretensos direitos Os pensadores políticos dizem: " seja, mas também pareça" o contrário é igualmente válido, pareça mas também seja". Deixo isso para a vossa apreciação. Não vou perder tempo, com abordagens, ou mesmo acusações políticas, não é meu papel, tento apenas esclarecer, como de resto o afirmamos e até o infirmamos, no comunicado, que a associação que também ajudei a dar vida tem pessoas de várias sensibilidades políticas e cimentar os divisionismos políticos não é "couve que eu queira regar". Quanto à promessas de cargos, nada mais falacioso, nada mais aberrante; reconheço as capacidades do meu colega e amigo, mas penso que ele igualmente não ignora que cada um dos outros membros as tem, até porque foi este o primeiro critério de selecção dos membros co- fundadores e por isso não admira que cada um onde quer que esteja, por mérito próprio alcance patamares que o permitam realizar melhor o sonho do seu povo. Não lhes será oferecido de bandeja. Eu próprio, durante o meu percurso académico liderei movimentos associativos como presidente, coordenador e na faculdade onde todos estudamos, sob minha liderança, promovemos os mais alargados consensos e atingimos com isso resultados notáveis, que só o consenso pode permitir. Uma última nota: quebrar o silêncio, não significa, andar aos gritos pelos piores motivos. Os heróis não se fazem pelo simples desejo de o ser, para os ser é preciso ponderação, lucidez e sobriedade, não é estar na lua, quando todos caminham pela terra. Bem haja a todos.

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